terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Conto sem nome específico =P

Decisões e Traições

Estava anoitecendo e mais um sábado estava para terminar. A lua como sempre, emanava seu exorbitante brilho, iluminando o caminho de todo o exército. Era uma imensidão de homens vestidos para a guerra. Podia vê-los se preparando para a batalha; uns arrumavam suas vestes e armaduras, outros, afiavam suas armas.

Estimo que estávamos em mais de dois mil soldados Todos prontos para seguir a ordem do Duque D’Merlain, que consistia-se na tomada dos Campos Verdes ao sul de Ruten e, após aniquilar a Armada Defensora, assaltaríamos a poderosa cidade de Ruten, que há anos por nós é reivindicada. Nem mesmo se a Guarda de Ruten apoiasse-se com mais exércitos, poderiam nos deter, nosso exército era imbatível.

Eu, Grunk de Drum, filho de Torumdum era o líder de um pelotão.O fervor das batalhas, o sangue derramado pelos meus inimigos, tudo isso alimentava-me e mantinha-me em pé, a luta fortalecia meu ego e coração; se não matasse um homem, qualquer que fosse, sentia-me um fracassado. É por isso que via na guerra, meu refúgio.

A iluminação da lua só não era completa, porque muitas tochas acesas nos faziam enxergar a bela noite que banhava o acampamento. O plano traçado por alguns dos líderes, do qual maior parte era minha idéia, tinha seu principal fator o dia seguinte, antes do amanhecer. Concentraríamos a maior parte do exército a alguns quilômetros deste acampamento, enquanto um pequeno pelotão serviria de isca para as sentinelas dos Campos Verdes. Alguns dos lideres desaprovaram a minha idéia, porque não me esperaram terminá-la e retrucaram:

- Quer sacrificar nossos guerreiros para sustentar este plano Grunk?Você perdeu o pouco de juízo que possuia – disse o capitão de um pelotão.

- Caro capitão, não julgue meus ideais antes de ouvi-los por inteiro, não completei minha idéia e, se me permite, pretendo o fazer. – respondi calmamente ao capitão, que sentindo que não seria apoiado, afundou-se em sua cadeira e mostrou-me seus horrorosos dentes amarelados por cima de uma expessa barba negra, seu incorfomismo era claro. Mas não me abati, e completei meu plano dizendo aos presentes:

- Minha proposta, é que Ruffos Strimgold e seus Perseguidores sejam a isca – não precisei esperar muito, pois a indignação de alguns surgiu nos semblantes de todos, e a idéia não foi bem aceita, inicialmente; o Coronel Huankg foi o primeiro a se manifestar:

- Sabe que propõe algo muito dificil, recorremos aos Perseguidores somente em ultimo caso, Grunk de Drum.

- Sim, meu senhor, mas pense, quem mais poderia despistar os soldados inimigos, causando-lhes perdas consideráveis para que possamos dominar toda a cidade? Devo dizer-lhe também, que Ruffos e seus subordinados são conhecidos por sua terem peles impenetráveis a qualquer tipo de arma.

- Até o momento é o que conhecemos sobre eles, mas sabemos também, que são homens no auge da razão, são seres que não se importam quem esteja em seu caminho. Torturam, abusam e matam, sem ao menos procurar saber de quem se trata. Por isso, não podemos confiar totalmente neles, nem ao menos sabemos se a tese da pele impenetrável é verdadeira.- disse o Coronel, que ao terminar sua resposta, precisou conter os ânimos de alguns capitães que se exaltaram.

Devo-lhes dizer, que muitos lideres ali presentes não conheciam a fama de assassinos crués que os Perseguidores carregavam. Por isso, não foi dificil notar o brilho nos olhos de alguns deles, mais espeficamente em Herrel, homem robusto, forte, bravo soldado que fora reconhecido por seus méritos há pouco tempo, pois fora promovido a capitão. Mesmo estando com mais de trinta e poucos, sua jovialidade o aparentava menos.

A reunião durou quase a noite toda, e ficou decidido que não atacaríamos tão cedo, o que causou, em muitos dali, revolta para com o Coronel.

- A postura dele é ridicula, mostra como é um verdadeiro covarde – disse um capitão que espumava de raiva e agitava seu punho, semicerrado, no ar.

- Deveríamos atacar logo de uma vez, pegar os malditos desprevenidos e matar a todos, mulheres, crianças, velhos, todos. – esbravejava outro.

- Meus camaradas, acalmem-se, mas quem lhes disse que estamos proibidos de tal ação? – perguntei-lhes – o Coronel apenas mostrou-nos sua posição, não significa que devemos segui-la à risca.

- Tramas uma traição, Grunk? – indagou umcapitão, de nome Sven.

- Eu não chamaria de traição Sven, pense, se atraírmos a atençao de Ruten para o sul com um pequeno exército, pensariam que somos loucos, mas desconheceriam o plano principal, que trata-se do assalto pelo norte. Os Perseguidores podem varrer qualquer exército que seja. Conheço os métodos de luta dos paladinos que compõem a Armada, são puros justiceiros e nada entendem de guerra. Já os Perseguidores não, são temidos por todos os cantos de Irritária, famosos por sua força física e seu aspecto assustador. Temos todas as vantagens. – disse não só a Sven, mas a muitos que estavam por perto, é claro, que bem afastados da tenda do Coronel.

- Admiro sua atitude, Grunk, por isso, pode contar comigo e meus soldados, não são muitos, mas são ótimos guerreiros – disse Herrel.

- Agradeço-lhe Herrel, somando seus guerreiros aos meus e aos Perseguidores de Ruffos, nossa vitória dará-se em questão de alguns dias.

- Grunk de Drum, mostra-se um ótimo estrategista de guerra, mas será também um valoroso guerreiro? – perguntou Darok, um dos mais jovens capitães do exército, mas não tinha a aparência de um guerreiro ruteniano, pois era magro, seus cabelos eram longos e e negros, e ao contrário de muitos dos homens do norte, não deixava sua barba crescer, mas mesmo assim, demonstrava ser um homem rude, destemido e valente; um sujeito a quem poderia confiar a vida.

- Sou grato pelo elogio, Darok...? – retribui seu elogio com uma simples indagação.

- Dúlar, Darok Dúlar. – estendeu em seguida, a mão para que pudesse cumprimentá-lo. – Quando partiremos?

- Assim que conversar com os demais líderes preciso da certeza que se deslocarão pelo norte, e que estarão prontos para o ataque, tudo isso, sem que Huankg saiba. – emiti um malicioso sorriso, o qual os meus camaradas que estavam presentes entederam muito bem.

- Ele não saberá de nada, isso posso-lhes garantir. – disse um sujeito baixo, careca e com os dentes à mostra, que eram mais podres que os de um gronshick, segurando seu machado e alisando-o levemente nas pontas dos dedos. Mais tarde saberia que se tratava de Diun Chum, o assassino sorrateiro.

Depois de conversar e explicar-lhes minhas idéias, dispachei uma mensagem na mesma noite para Ruffos sobre o ataque matutino e outra mensagem para que fosse distribuida aos demais líderes. Em poucas horas, antes mesmo do sol a raiar, não só havia recebido o apoio de todos os líderes, como também havia sido conclamado como o mais novo Coronel da Brigada Vermelha, a qual erámos conhecidos.

Continua

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